Perfil epidemiológico e obstétrico de gestantes com parto prematuro em uma maternidade pública de Goiânia
Palavras-chave:
Parto prematuro, Gestação, Perfil sócio-demográficoResumo
Introdução: A gestação é um fenômeno fisiológico que pode envolver complicações no processo de gestar e parir. Dentre eles, o Trabalho de Parto Prematuro (TPP), o qual representa um desafio para a saúde pública atual e um agravante da saúde perinatal, haja vista que o nascimento prematuro é o maior fator de risco para morbimortalidade infantil no mundo. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico e obstétrico de gestantes com parto prematuro. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, do tipo descritivo e retrospectivo de abordagem quantitativa. Resultados: Foram analisados 145 prontuários de gestantes atendidas no Hospital e Maternidade Dona Íris, no período de Fevereiro a Agosto e, que tiveram trabalho de parto prematuro. A idade das mulheres variou de 13 a 43 anos (27,83±6,38) e, idade gestacional média no momento do parto de 34,36±2,39 (24 a 36 semanas). Na maioria eram solteiras (61,4%), com nível de escolaridade em torno de 8 anos de estudo, ou seja, ensino médio completo (45,5%), seguida de ensino superior completo (13,1%) e ensino médio incompleto (12,4%).Em relação ao perfil de saúde, a tipagem sanguínea mais frequente foi O+, seguido de A+ e B+, representando 36,6; 31,0 e 12,4%, respectivamente. Na realização de sorologias para HIV e Sífilis, foram notificados 9 (6,2%) casos de sífilis gestacional, todas as mulheres que contavam com resultado de teste rápido de HIV, estavam não reagentes. Observou-se que a maioria das mulheres não apresentaram comorbidades durante a gestação (65,5%) e daquelas que apresentaram (13,1%), as mais prevalentes foram Doença Hipertensiva Específica da Gravidez, seguido de Diabetes mellitus gestacional (6,9%).Quanto aos desfechos gestacionais, a maioria dos partos foram do tipo cesariana, e de gravidez de feto único (79,3%). Análise dos antecedentes obstétricos das mulheres evidenciam que a maioria (31,0%) das mulheres tiveram duas gestações prévias, seguido de 23,4% com uma e três gestações, respectivamente. Em relação aos partos prévios, houve predomínio de dois partos (33,8%), seguido de um e três partos, com 31,7 e 17,2%, respectivamente. Casos de aborto foram observados em 23,5% das mulheres. O número mínimo de consultas de pré-natal foi de nenhuma e máximo de 15, com média de 6,12±2,78 consultas. A maioria das mulheres (15,9%) realizaram sete consultas, seguido de 14,5% com oito consultas e 12,4%, com cinco e seis consultas, respectivamente. Em relação aos desfechos neonatais, os valores de Apgar observados foram de 0 a 10 (7,31±2,0) para o primeiro minuto e 0 a 10 (8,60±1,65) para o quinto minuto. Conclusão: O perfil sociodemográfico é de mulheres com idade média de 27 anos, solteiras e ensino médio completo.A caracterização das condições clínicas e obstétricas e do tipo sanguíneo O+, não reagente para sífilis e HIV e sem comorbidades. Com duas gestações anteriores, dois partos, nenhum aborto e feto único. A causa obstétrica que mais contribuiu para o trabalho de parto prematuro foi a Rotura Prematura de Membranas (ROPREMA).
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