Medicina de família e comunidade

suporte ao controle do HIV em goiás

Resumo

Introdução: O HIV é um vírus que ataca o sistema imunológico, destruindo células CD4, que desempenham papel fundamental na defesa do corpo contra infecções. Ao enfraquecer esse sistema, o HIV aumenta a vulnerabilidade do organismo a uma série de doenças oportunistas, como tuberculose e certos tipos de câncer. Objetivo: Fazer um panorama sobre a infecção deo HIV no estado de Goiás e avaliar o papel da Medicina de Família e Comunidade no suporte ao controle da infecção pelo HIV. Métodos: Este é um estudo descritivo e ecológico que utilizou dados secundários provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan. Resultados: A infecção pelo HIV permanece um grande desafio no estado de Goiás, acompanhando as tendências nacionais e globais. Entre 1984 e 2022, foram registrados 25.140 casos de AIDS em Goiás, com destaque para populações vulneráveis, especialmente entre os grupos etários de 25 a 29 anos e 30 a 34 anos, refletindo o padrão de transmissão predominantemente sexual da doença. Além disso, há uma disparidade significativa entre os sexos, com 68,8% dos casos em homens, sugerindo uma maior vulnerabilidade entre este grupo devido a comportamentos de risco associados ao HIV. As características demográficas e sociais, como escolaridade e raça, também influenciam o perfil da epidemia, sendo pessoas com ensino fundamental incompleto e de raça parda os mais afetados. Conclusão: A análise dos dados sobre a AIDS tanto no estado de Goiás quanto no município de Anápolis revela que a doença continua sendo um problema de saúde pública significativo, particularmente entre homens e adultos jovens. Embora a maioria dos casos esteja associada a exposições heterossexuais, é notável a presença de casos entre populações LGBT e usuários de drogas injetáveis. O aumento contínuo dos casos ao longo dos anos, tanto em Goiás quanto em Anápolis, evidencia a urgência de manter e intensificar os esforços preventivos, a educação em saúde sobre HIV/AIDS e a implementação de políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades no acesso a cuidados. Em Anápolis, o número de casos se manteve elevado nos últimos anos, destacando a necessidade de intervenções contínuas, incluindo testagem ampliada, diagnóstico precoce e tratamento eficaz. Campanhas de conscientização, o aumento da testagem e o impacto da pandemia de COVID-19 provavelmente influenciaram as flutuações nos dados mais recentes. A Medicina de Família e Comunidade tem um papel central a desempenhar no fortalecimento dos cuidados primários, promovendo a prevenção, o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento. Investir no treinamento desses profissionais, especialmente em relação à PrEP e à redução do estigma, pode contribuir para uma resposta mais eficaz ao HIV no estado e, de forma mais ampla, no Brasil.