Perfil epidemiológico e desfecho clínico de pacientes com pré-eclâmpsia grave no Hospital Materno Infantil de Goiânia
Palavras-chave:
pré-eclâmpsia, eclâmpsia, desfecho maternoResumo
OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico, a evolução e desfecho até a alta das pacientes internadas com pré-eclâmpsia grave (PEG) no Hospital Materno Infantil de Goiânia (HMI-Go), de junho de 2009 a julho de 2010.
METODOLOGIA: Estudo de prevalência, retrospectivo. Os dados foram obtidos em prontuários e estudadas as variáveis referentes às características gerais, gestacionais, comorbidades e de evolução das pacientes. A média da idade foi calculada com IC a 95% e p<0,05.
RESULTADOS: Foram analisados 303 casos de PEG, 9,1% das internações no HMI-Go durante o período. A média de idade das pacientes foi de 25,6 +/- 8,8 anos; 85,8% encontram-se grávidas; 47,4% possuíam alguma comorbidade. Em relação às características obstétricas, 58,7% eram primíparas, 96,3% não realizou pré-natal no HMI-Go; 54,6% fizeram ≥ 6 consultas pré-natais e 90% tinham idade gestacional < que 37 semanas. Em relação à forma de apresentação dos casos de PEG; 22,8% apresentaram eclâmpsia; 12,5% PEG superajuntada; 14,2% evoluíram com síndrome HELLP. Em relação às complicações; 10,7% apresentaram hemorragias; em 11,5% ocorreram outras complicações como trombocitopenia (31,4%), edema agudo de pulmão e/ou insuficiência renal aguda (22,9%); 74% apresentaram condições de manejo de gravidade; 19 pacientes (6,3%) apresentaram critérios de Near Miss e ocorreram seis óbitos, perfazendo uma RMM específica de 237,4/ 100.000 NV. Porém, o desfecho clínico foi favorável na maioria dos casos, já que 95,7% das pacientes tiveram alta médica.
CONCLUSÃO: O perfil das pacientes com PEG estudadas foi semelhante aos descritos em outros estudos brasileiros. A ocorrência de complicações foi alta. Apesar do desfecho favorável na maioria dos casos, a RMM específica foi de 237/100.000 nascidos vivos.