Análise de partos em adolescentes e repercussões perinatais

Autores

  • Rafaela Dutra Silva Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI) Autor
  • Patrícia Gonçalves Evangelista Universidade Federal de Goiás (UFG) Autor
  • Waldemar Naves do Amaral Universidade Federal de Goiás (UFG) Autor

Palavras-chave:

GRAVIDEZ, ADOLESCÊNCIA, REPERCUSSÕES

Resumo

Introdução: A gravidez na adolescência ocorre com frequência nos países em desenvolvimento e está associada a questões sociais, incluindo pobreza, níveis mais baixos de saúde e escolaridade. Embora frequente nos países europeus do século XX hoje, a gravidez na adolescência representa apenas 4% nesses países. Trata-se de gestações não planejadas e que são consideradas um fator de vulnerabilidade durante a gravidez e o período pós-natal, tanto para a mãe quanto para a criança Objetivos: Analisar e comparar a frequência de partos entre adolescentes e mulheres adultas e os resultados perinatais ocorridos no Hospital e Maternidade Dona Íris de janeiro a dezembro de 2019. métodos: Trata-se de um estudo transversal prospectivo realizado em gestantes encaminhadas para parto na Maternidade Dona Íris no período de julho de 2019 a dezembro de 2019. resultados: O estudo contou com 1741 gestantes sendo 1442 gestantes adultas e 189 adolescentes com a incidência de 10,85% de partos em adolescentes realizado em gestantes encaminhadas para parto na Maternidade Dona Íris no período de julho de 2019 a dezembro de 2019. No nosso estudo a incidência foi de 10,85% de partos em adolescentes. Os partos normais são significativamente mais nas mulheres adultas com p<0,001 no teste do Qui-Quadrado. Perfil das gestantes adultas de parto cesárea, mulheres gesta 1 (31,8%) que realizaram pré-natal (98,3%) com média de 8,5 consultas sem HIV (97,5%), com bebês do sexo feminino (50,8%), cefálico (92,9%), apgar de 5ª maior que 7, a termo (91,4%), AIG (91,5%) e que realizaram contato pele a pele (65,3%), sem mecônio (85,5%) e com clampeamento imediato de cordão (97,9%), sem inserção de diu (83,2%)com destino a alcon (91,6%). Perfil das gestantes adolescentes de parto cesárea, mulheres gesta 1 (82,1%)que realizaram pré-natal (99,1%) com média de 6,2 consultas sem HIV(96,2%), com bebês do sexo feminino (51,9%), cefálico (92,5%), apgar de 5ª maior que 7, a termo (98,1%), AIG (94,3%)e que realizaram contato pele a pele (58,5%), sem mecônio (82,1%) e com clampeamento imediato de cordão(97,2%), sem inserção de diu (86,8%)com destino a alcon (92.2%).Após o teste do qui-quadrado as mulheres adultas que tiveram cesárea tiveram significativamente mais partos prematuros e mais HIV que as adolescentes. Perfil das gestantes adultas de parto normal, mulheres gesta 1 e 2 (32,8%) que realizaram pré-natal (97,2%) com média de 7 consultas sem HIV (88,6%), com bebês do sexo masculino (54%), cefálico (99,7%), apgar de 5ª maior que 7, a termo (92,3%), AIG (92,6%) e que realizaram contato pele a pele (81,6%), sem mecônio (84,6%) e com clampeamento de 1 a 3 minutos (54,5%), amamentação na primeira hora (66,1%), sem inserção de diu (85,3%). Durante o parto não fez uso de analgesia (100%), métodos não farmacológicos (88,4%), não usou ocitocina intra parto (58,4%), sem episiotomia (93,4%), com laceração (59,2%), sem aminiotomia (75,8%), sem uso de vácuo (96,1%), sem manobra de Kristeler (96,4%) e na posição semi-sentada (73,7%). Perfil das gestantes adolescentes de parto normal, mulheres gesta 1 (69,9 %)que realizaram pré-natal (97,5) com média de 6 consultas sem HIV (100%), com bebês do sexo masculino (55,4%), cefálico (98,8%), apgar de 5ª maior que 7, a termo (88%), AIG (91,1%)e que realizaram contato pele a pele (78,3%), sem mecônio (81,9%) e com clampeamento de 1 a 3 minutos (61,4%), não amamentou na primeira hora (50,6%) e sem inserção de diu (87,6%). Durante o parto não fez uso de analgesia (81,9%), métodos não farmacológicos (81,9%), não usou ocitocina intra parto (67,5%), sem episiotomia (80,7%), com laceração (55,4%), sem aminiotomia (80,7%), sem uso de vácuo (97,6%),sem manobra de Kristeler (81,9%) e na posição semi-sentada (83,1%). Após o teste do qui-quadrado as adolescentes que tiveram parto normal tiveram significativamente mais analgesia, ocitocina, episiotomia e manobra de kristeler em relação as adultas. Já as adultas amamentaram mais na primeira hora em relação as adolescentes. Conclusão: A incidência de 10,85 de partos em adolescentes. Os partos normais são significativamente mais nas mulheres adultas comparada com as adolescentes. As mulheres adultas que tiveram cesárea tiveram as seguintes variáveis significativamente em relação as adolescentes: partos prematuros e HIV positivo. As adolescentes que tiveram parto normal tiveram as seguintes variáveis significativamente em relação as mulheres adultas: analgesia, ocitocina, episiotomia e manobra de kristeler em relação as adultas. Já as adultas em parto normal amamentaram mais na primeira hora em relação as adolescentes.

Referências

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Publicado

01-04-2021

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

1.
Silva RD, Evangelista PG, Amaral WN do. Análise de partos em adolescentes e repercussões perinatais. Rev Goiana Med [Internet]. 1º de abril de 2021 [citado 23º de fevereiro de 2025];(59):21-7. Disponível em: https://amg.org.br/osj/index.php/RGM/article/view/87