Avaliação termográfica de osteonecrose de joelho em paciente portadora de lúpus eritematoso sistêmico

Resumo

Osteonecrose (ON) ocorre devido a interrupção do fornecimento de sangue para o osso, causando colapso da arquitetura óssea, destruição da cartilagem, dor e comprometimento funcional. Na maioria dos casos, envolve a cabeça do fêmur e depois a articulação do joelho, resultando na necessidade de cirurgia para substituição da articulação, associada a prejuízo funcional e diminuição da qualidade de vida. Além disso, diversos fatores de risco para o desenvolvimento da ON em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) foram identificados. A ressonância magnética é considerada a investigação diagnóstica mais específica e sensível para ON, contudo, uma vez que o processo de isquemia e as alterações na perfusão sanguínea provocam uma alteração no padrão térmico, a termografia médica infravermelha pode ser útil no diagnóstico precoce de anormalidades na vascularização dessa articulação. O presente estudo trata-se de um relato de caso sobre avaliação termográfica de osteonecrose de joelho em paciente portadora de LES. Para a revisão bibliográfica, foi realizada pesquisa nas bases on- -line PUBMED e Scielo, com os descritores “Osteonecrosis of the knee”, “medical infrared thermography” e “systemic lupus erythematosus”, individualmente. Selecionou-se 4 artigos, publicados entre 2017 e 2022, relevantes para este estudo. Acerca do relato de caso, paciente do sexo feminino, 45 anos, com dor crônica em ambos os joelhos e limitação de movimento. Apresenta diagnóstico prévio de LES e fibromialgia. Ao exame físico, apresentava dor à flexão e extensão de joelho esquerdo e direito e hiperalgesia generalizada. A termografia infravermelha revelou um baixo gradiente térmico em ambos os joelhos. Investigações radiográficas com RMI, demonstraram áreas de osteonecrose crônica no fêmur distal e a tíbia proximal sem áreas de edema agudo em ambos os joelhos. A termografia infravermelha é um método não invasivo para determinar a radiação infravermelha ou calor superficial de um objeto. Embora não seja possível diagnosticar patologias específicas, é possível tanto detectar áreas com aumento da temperatura em casos de processos inflamatórios, quanto diminuição da produção de calor, devido à redução do fluxo sanguíneo, em áreas de isquemia. Na análise termográfica dos membros inferiores, a temperatura da região articular do joelho (ºT = 25,2 ºC) foi menor quando comparada às porções distais da fíbula (ºT > 27 ºC), compatível com o diagnóstico de osteonecrose de joelho, visualizado na RM. Dessa forma, pode-se concluir que a termografia é uma opção eficaz para triagem dos casos suspeitos de osteonecrose de joelho.